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H-orizontes

H-orizontes

23
Mai22

“Marina” – Carlos Ruiz Zafón

Helena

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Barcelona, 1979. Óscar Drai, interno num colégio nos arredores de Barcelona, abandona o internato para mais um passeio pelas redondezas abandonadas de Sarriá. Contudo, algo neste passeio mudará radicalmente a sua vida: atraído pela aura misteriosa de um dos casarões degradados, decide passar os seus portões. No interior do casarão, o som de um piano ressoa pelo ar e um relógio dourado descansa em cima de uma mesa. Assim que Óscar pega no relógio, a cadeira defronte à lareira volta-se e uma figura esguia levanta-se para o apanhar. Óscar corre velozmente até conseguir despistar o seu agressor, mas, quando o faz, repara que ainda segura nas mãos o objeto reluzente.

Mais tarde, de consciência pesada, Óscar decide-se a regressar ao casarão para devolver o relógio roubado. Desta vez, espera-o uma nova presença nos portões: Marina, uma rapariga misteriosa que o levará para a aventura mais macabra da sua vida. Desafiando a coragem de Óscar, Marina leva-o a um cemitério onde tinha visto uma estranha senhora vestida de negro que visitava regularmente uma campa marcada apenas por um símbolo de uma borboleta negra. O mistério adensa-se quando, seguindo a dama de negro, os amigos se deparam com uma estufa abandonada, recheada de marionetas inacabadas e perturbadoramente reais… Uma vez dentro do enigma, Óscar e Marina não conseguem sair: que segredos esconde o desenho singelo de uma borboleta?

"Às vezes, as coisas mais reais apenas acontecem na imaginação"

Já há muito tempo que queria reler um dos meus livros favoritos de todos os tempos. Marina, que também é uma das criações preferidas do próprio autor, ressurgiu aos meus olhos como o primeiro labirinto sombrio do mundo zafoniano em que me perdi, com todo o seu mistério e as suas criaturas sinistras.

Apesar de ter revivido os passos de Óscar e Marina pelas ruas de Barcelona, o seu impacto já não foi o mesmo, e pude analisar Marina como uma produção embrionária da mente brilhante de Zafón. Costumava recusar que A sombra do vento fosse mais célebre e bem considerada do que Marina, mas agora compreendo que essa conceção da obra zafoniana se deve à ordem pela qual entrei em contacto com ela: primeiro Marina, depois A sombra do vento. No entanto, já neste livro é visível a capacidade incrível do autor para a criação de mundos fantásticos e para o entrelaçar de enredos dentro de uma história só.

De facto, uma das maravilhas de Marina é a forma como Zafón constrói uma autêntica matrioska de relatos, uma sobreposição de testemunhos sobre vidas, ou mesmo sobre uma vida só. O leitor vê-se perdido no labirinto da ação e no labirinto das próprias personagens, cujo passado que nos é recontado vezes sem conta se metamorfoseia constantemente.

A mestria na construção de mundos ficcionais manifesta-se não só a nível geral, com a aura sombria que Zafón faz pairar sobre a Barcelona do pós-guerra, como a nível particular, com o desenvolvimento do caráter das personagens e da maneira como são percecionadas por quem lê. Um menino de internato torna-se um herói, a rapariga imperturbável revela a sua fragilidade, e o vilão terrível emerge de um passado que, de súbito, o justifica.

Assim, a minha opinião em relação a este livro mantém-se, no geral, tendo verificado mais uma vez que encarna a possibilidade da conjugação de vários géneros e atmosferas num só romance, acessível e fascinante. Como tal, volto a recomendar Marina a todos os leitores e aspirantes a leitores, convidando-os depois a aventurarem-se pela tetralogia do Cemitério dos Livros Esquecidos.

24
Jan22

“The Color Purple” – Alice Walker

Helena

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Início do século XX. Das profundezas do Sul dos Estados Unidos da América, surge-nos a história de Celie, uma rapariga negra que, após a morte da sua mãe, se vê encurralada entre a obrigação de cuidar dos irmãos e as violações sistemáticas de que é vítima por parte do pai.

Quando o pai de Celie decide dá-la em casamento ao homem que cortejava a sua irmã, Celie entra num novo ciclo de discriminação e violência. No entanto, surge uma luz ao fundo do túnel quando Shug Avery, uma célebre cantora negra de blues que outrora tivera uma relação com o marido de Celie, adoece e é acolhida em casa do ex-companheiro. Passados os primeiros tempos de arrogância e rudeza, Shug abre-se à amizade de Celie e percorre com ela os primeiros passos de uma inesperada jornada de autoconhecimento e emancipação.

Um romance epistolar sobre o amor, a esperança, a persistência e a dignidade, contada em primeira mão pelas vozes de um passado de opressão e racismo cujos ecos podemos ouvir ainda hoje.

“I think it pisses God off if you walk by the color purple in a field somewhere and don’t notice it.”

Este livro conquistou-me desde as primeiras páginas. Em primeiro lugar, pelo modo como foi estruturado: as cartas de Celie a Deus, numa primeira instância, e, mais tarde, à sua irmã Nettie, são um testemunho pungente dos pensamentos de uma mulher negra no centro do conservadorismo sulista. Para além de este registo estabelecer, à partida, uma relação de intimidade muito forte entre o leitor e a personagem principal, acrescenta-se à experiência de leitura um carinho especial por esta mulher oprimida que se esforça por aplicar a pouca educação que recebeu à expressão da sua perceção da vida e do mundo.

Em segundo lugar, quase todas as personagens são dotadas de uma evolução psicológica marcante, desde o marido violento “amolecido” pela perda, à rapariga ingénua e submissa que deixou tudo para seguir o seu sonho de se tornar cantora. Isso dota o livro de um dinamismo próprio e resgata-o da previsibilidade em que poderia cair um enredo com um fim do género “e tudo está bem quando acaba bem”.

Por fim, e principalmente, este romance fascinou-me pela maneira como retrata a situação da mulher enquanto vítima de uma multiplicidade de opressões em simultâneo. Celie, a personagem principal, não só é uma mulher, como também é negra, pobre e pouco letrada. Espelha-se nas suas cartas a evidência esmagadora de uma sociedade branca racista aliada a uma sociedade negra sexista, e a posição de vulnerabilidade das mulheres negras neste contexto. Apesar disso, as personagens femininas deste romance insurgem-se contra a ordem estabelecida e partilham connosco a sua jornada em direção a uma vida mais feliz, mais justa e mais livre.

The Color Purple é, assim, um livro ideal para refletir acerca da condição da mulher negra enquanto foco de discriminação múltipla, sem deixar de ser uma experiência deliciosa que nos deixa de coração quentinho.

“loving people makes them look like you”

05
Out19

"Frei Luís de Sousa" - Almeida Garret

Helena

Em pleno período de domínio filipino tem lugar a história de Madalena e Manuel, um casal que se juntou após a morte de D. João de Portugal, marido de Madalena, em Alcácer-Quibir.

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Manuel e Madalena têm uma filha, Maria, muito perspicaz e inteligente, prematuramente marcada pelas rosáceas nas faces que indiciam a tuberculose. Certo dia, chega ao casarão de Almada a notícia da vinda dos governadores de Lisboa, atacada pela peste, e da sua tenção de se hospedarem no palacete. Decidido a contrariar as vontades daqueles que mantinham o reino nas garras dos espanhóis, Manuel incendeia o seu casarão e foge com a família para o palácio que fora de D. João de Portugal. Uma vez no palácio, Madalena mergulha em receios, superstições e maus augúrios, numa inquietação constante e relação à estadia naquela residência. E é numa sexta feira, quando é deixada em casa na companhia de Jorge, seu cunhado, que Madalena se depara com o culminar dos seus presságios, quando um mendigo de longas barbas a visita para lhe anunciar que D. João de Portugal ainda vive…

Faço a este livro uma crítica predominantemente negativa, por várias razões. Em primeiro lugar, é um texto dramático, género que não aprecio muito. Seguidamente, não o achei muito interessante nem cativante, quer pelo enredo em si como pelos diálogos entre as personagens (que, claro, são a estrutura da obra). A história é muito simples e previsível, pelo que, mesmo que haja reviravoltas na ação, não causam um efeito de surpresa tão grande. Apesar de ser acessível, o final deixou-me um pouco confusa. Os pontos positivos são a construção frásica simples e o vocabulário de fácil compreensão. Para se entender bem este livro, é preciso ter, também, um bom conhecimento do contexto da época.

Independentemente disso, é uma obra de leitura obrigatória para o 11º ano.

30
Set19

"Amor de Perdição" - Camilo Castelo Branco

Helena

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Amor de Perdição, de Camilo Castelo Branco, é uma tragédia romântica de leitura obrigatória para o 11º ano.

Esta história remete-nos para a realidade dos finais do século XVIII e inícios do século XIX, época em que se desenrola a fatídica história de amor de Simão Botelho e Teresa Albuquerque. Estes dois apaixonados, filhos de famílias rivais viseenses, veem-se encurralados num destino de permanente separação a que parece que a vida os condena. Simão, filho do corregedor de Viseu, estudante em Coimbra, jovem violento e desequilibrado, conheceu Teresa a partir da janela do seu quarto, quando esta tinha apenas quinze anos. Mesmo tendo tentado manter a sua relação longe das atenções dos seus pais, as conversas que mantinham entre janelas foram descobertas, e aí começaram as sucessivas tentativas das famílias inimigas para separar os amantes, que tão persistentemente mantinham a sua fé no seu amor e nos sorrisos que a vida ainda teria para lhes dar. Desde ameaças de casamento entre familiares e de entradas num convento a homicídios, sentenças de enforcamento e dívidas saldadas, as peripécias que separam os enamorados sucedem-se, e as emoções fortes que as personagens transmitem atingem o coração de qualquer leitor.

Este livro é dos mais tristes, se não mesmo o mais triste, que eu li até agora. No início, fiquei de pé atrás ao deparar-me com a linguagem e construção frásica específica deste autor e desta época. Considerei-a difícil e tinha de ler muito devagar e repetidamente para perceber o significado das frases. Felizmente, essa estranheza passou e, por volta do meio do livro (que é bastante pequeno), já estava habituada e consegui ter uma leitura mais fluida. Esta edição (1ª edição na Livros do Brasil) contém prefácios da segunda e quinta edições, escritos pelo autor, que me deixaram muito confusa logo ao princípio, e por isso aconselho a não ler. Comecem pela introdução, esta muito importante para a contextualização da obra e para a consciencialização de que se trata (angustiantemente) de uma história verídica. Devido à linguagem pouco percetível, à história linear ou ao ambiente criado, não me pareceu inicialmente que fosse a tal obra-prima de que falavam, um clássico imperdível que constitui por si só uma obra de arte e é um ícone do romantismo. Na verdade, só no fim da obra percebi a dimensão sentimental e psicológica desta história, que me deixou verdadeiramente abalada, embora já previsse que alguns acontecimentos iam ter lugar. É, de facto, um romance tocante, emocionante, comovente, enfim, como se costuma dizer, de fazer chorar baba e ranho. Instigo, mais uma vez, os leitores a não desistirem deste livro no primeiro contacto com ele. Acreditem, o melhor está no fim.

Uma tragédia linear em enredo e complexa em vocabulário, que teve um impacto em mim que não esperava, de todo.

20
Set19

"Os Três Mosqueteiros" - Alexandre Dumas

Helena

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Este clássico do século XIX conta-nos a história de D' Artagnan, um corajoso e perspicaz jovem gascão que deixa a sua terra em direção a Paris com o objetivo de servir o rei Luís XIII ou o seu ministro, o Cardeal Richelieu. Pelo caminho, em Meung, cruza-se com um cavalheiro desafiador e trava com ele um duelo, no qual é ferido. Durante a recuperação de D' Artagnan, o estranho foge da estalagem, após trocar algumas palavras com uma mulher misteriosa a que chamam Milady, que passava numa carruagem. Mais tarde, em Paris, D' Artagnan entra na companhia do Senhor des Essarts, defensor do rei, e conhece os mosqueteiros Athos, Porthos e Aramis como resultado de um episódio peculiar. Numa cidade nova, surgem também novos amores, como é o caso de Constance Bonacieux, uma mulher casada que trabalha para a rainha e que conquista o coração de D' Artagnan. A história vai-se adensando, surgem novas intrigas, amores proibidos, sede de poder, segredos escondidos, perseguições dissimuladas e crimes meticulosamente planeados, que se entrelaçam e resultam numa narrativa de aventura constante. Um livro icónico que deu origem a uma história conhecida por todos, é um must-read, apesar da sua grossura.

"Entrar" no livro demorou algum tempo, mas tornou-se muito interessante quando finalmente o consegui. A intriga, a constante ameaça dos planos de Milady e das ordens do Cardeal, a história de amor que funciona como um fio condutor subtil, a ousadia e perspicácia das personagens principais que lhes permite escapar às mais intrincadas armadilhas, tudo isto prende o leitor, que chega a esquecer-se de que o livro que segura e é tão fluido e cativante se trata na realidade de um volume de 775 páginas. O laço de amizade que une D' Artagnan e os três mosqueteiros transmite a maior lição de moral deste livro: a união é essencial e juntos somos mais fortes. Esta lição pode ser traduzida através da célebre divisa "Um por todos e todos por um". O estilo de escrita da época é o que faz com que seja um pouco difícil "mergulhar" na obra, mas acaba por se tornar familiar e apenas dar vontade de continuar a ler até se descobrir a peripécia seguinte e as suas consequências como reviravoltas na história.

Não é um clássico enfadonho e não deve ser julgado pelo seu tamanho.

"- Em geral, só se pedem conselhos para não os seguir; ou, se se seguirem, apenas para poder ter alguém que possa ser censurado por os ter dado." - Athos

28
Jul19

"Os Maias" - Eça de Queiroz

Helena

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A célebre obra-prima de Eça atravessa três gerações no relato dos "episódios da vida romântica" da família Maia.

Após a descrição do abandonado Ramalhete e da sua posterior renovação, recorre-se à analepse para se dar a conhecer o passado de Afonso da Maia, jovem liberal que emigrou para a Inglaterra, casou e teve um filho, Pedro da Maia, fraco e sensível. Em Portugal, e já crescido, Pedro apaixonou-se por Maria Monforte e casou com ela, contra a vontade de Afonso. Anos depois, já com dois filhos, Maria traiu Pedro e fugiu, deixando-o com o filho Carlos em Lisboa. Depois da morte de Pedro, Afonso da Maia ficou responsável pela educação do seu neto Carlos, rígida e exigente, na residência de Santa Olávia, que só deixaram após a conclusão dos estudos de Carlos em Coimbra, mudando-se para o Ramalhete, em Lisboa. É na capital que a ação central se desenrola, envolvendo os amigos de Carlos e Afonso. João da Ega tem um caso com Raquel Cohen, organizam-se corridas de cavalos, jantares de convívio, como o do Hotel Central. É neste jantar que Carlos vê pela primeira vez a senhora de pele ebúrnea e busto de deusa que lhe toma o coração.

É um cruzar de experiências, histórias passadas e desejos presentes, que tem um desenrolar fluído e um desfecho inesperado.

Este livro superou as minhas expectativas. Os rumores sobre Os Maias são de que é "uma seca", que "tem muita descrição", que "é basicamente incesto consentido". Posso dizer com prazer que não podia estar mais longe disso. A descrição concentra-se no primeiro capítulo, com a apresentação do Ramalhete. É uma descrição simbólica e agourenta, e além disso essencial para podermos visualizar corretamente os episódios que decorrem na casa. De resto, o livro que esperava que fosse muito complexo, denso e de difícil compreensão revelou-se simples e cativante, muito bem escrito, com um vocabulário variado, utilizando palavras que conhecemos mas que não usamos com regularidade, o que, a meu ver, aumenta ainda mais a sua magia. Outro ponto positivo a apontar é o facto de ficarmos a saber o destino de todas as personagens, não deixando aquela dúvida de "O que será que lhe aconteceu?". É certo que tem episódios algo aborrecidos, mas são compensados pelos diálogos irónicos, pelas descobertas inesperadas e pela emoção que Eça faz transparecer através da sua escrita. O final não foi aquele que esperava, o que não quer dizer que não tenha gostado. A corrida de Carlos e Ega em contraste com a calma que tinham estabelecido na sua conversa faz com que o leitor feche o livro a sorrir. 

Uma obra clássica e simultaneamente fortemente atual, que não nos deve intimidar pelo seu número de páginas. Recomendo a 100%!

Para uma análise integral da obra, clique aqui.

27
Jun19

"O Diário de Anne Frank"

Helena

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“O Diário de Anne Frank” transporta-nos para a realidade vivida pelos judeus escondidos durante a Segunda Guerra Mundial, dando-nos a conhecer o quotidiano de oito deles. A família Frank mudou-se para Amesterdão quando Anne tinha apenas quatro anos, e aí estabeleceu um modo de vida normal: as crianças iam à escola e o pai trabalhava. Com o começo do governo de Hitler, viram-se obrigados, como judeus, a cumprir as novas leis por ele impostas, ainda que os prejudicassem. Quando receberam a convocatória de Margot, a irmã de Anne, decidiram antecipar a mudança para o esconderijo, que estava prevista para dez dias mais tarde. A partir daí, somos confrontados com a dura realidade de uma família escondida, que tem de ter cuidado com cada ruído que faz, sempre com a chama do receio de ser descoberta acesa.

Com a chegada dos Van Daans e o acolhimento do Sr. Dussel, já se somam oito pessoas a viver no Anexo Secreto. Estar tanto tempo no mesmo espaço, sempre com as mesmas pessoas, origina as brigas que Anne também descreve no seu Diário. Entre pensamentos, esperanças, receios, paixões, zangas e dúvidas, somos envolvidos pelo mundo de Anne Frank e, de certo modo, tornamo-nos parte dele.

Eu achei este livro um pouco monótono, visto que a vida quotidiana num Anexo não pode variar muito.

No entanto, é interessante do ponto de vista histórico, pois descreve a vida dos judeus escondidos durante o Holocausto. É interessante comparar a vida difícil daquele tempo com o nosso quotidiano actual, pois hoje em dia penso que viver em circunstâncias como as dos judeus escondidos é para muitos inimaginável.

O Diário de Anne Frank retrata características da adolescência que, curiosamente, se mantiveram até aos dias de hoje.

Do ponto de vista literário, não é um livro de difícil compreensão, graças à utilização de um vocabulário simples e acessível.

É um livro que nos abre os horizontes e nos põe no lugar de Anne, que, como muitos outros, viveu uma vida de medo e receio e acabou por não sobreviver. Um “clássico” que atravessa gerações e deixa marcas nos leitores.

27
Jun19

"O Bosque dos Pigmeus" - Isabel Allende

Helena

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Este livro é o terceiro volume da trilogia de Isabel Allende “As memórias da Águia e do Jaguar”.

Nesta aventura, Alexander, Kate (a sua avó), Nadia (a sua amiga), Joel Gonzalez e Timothy Bruce (os fotógrafos) partem para o coração de África, após abandonarem os Himalaias, para mais uma reportagem para a International Geographic. Quando já tudo apontava para o fim da expedição, surge um padre espanhol que altera a sua rota: rumo a um bosque habitado por pigmeus, procurando dois missionários desaparecidos. Descobrem uma aldeia no bosque governada pelo rei Kosongo, pelo comandante Mbembelé e pelo bruxo Sombe, que escravizam os pigmeus e enriquecem através do contrabando. Conseguirão os repórteres restaurar a paz e justiça que existia nos tempos da Rainha Nana-Asante?

Embora considere o segundo volume da saga melhor, gostei deste livro. Somos confrontados com realidades do povo africano como as tribos, o contrabando e a exploração, e somos, mais uma vez, sensibilizados para o valor da amizade, transmitido por Alexander e Nadia. É interessante, pois ficamos a conhecer mais um pouco da África sub-desenvolvida de que não se ouve falar tanto, e alerta para a importância do espírito de união. Embora o fim pudesse ter sido diferente, está adequado ao fim da trilogia.

27
Jun19

"A Sara mudou de visual" – Maria Teresa Maia Gonzalez

Helena

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Este livro conta-nos a história de Sara, uma rapariga de dezoito anos que, para além de ir à escola e estudar para os exames, dá catequese e pequenas aulas num centro paroquial. Quando Sara e o seu irmão gémeo, Simão Pedro, fazem dezoito anos, esta faz à família e amigos uma revelação que os deixa espantados… Terá Sara mudado de visual? Se sim, por que razão o fez?

Na minha opinião, este livro não se adapta à atualidade, retratando jovens com vocações que, hoje em dia, não são tão comuns. A história não é muito cativante, sendo desde o início previsível que o desfecho seja aquele. Não é muito excitante, não existindo sequer uma reviravolta inesperada na acção. Para além disso, as personagens não são muito bem definidas, sendo por vezes apresentadas quando não voltam a surgir no enredo nem no desfecho. Assim, considero que este livro não se adequa muito às gerações atuais, que têm já outras mentalidades e interesses. Deixo, ainda assim, o desafio para quem quiser lê-lo, pois é possível que tenha uma opinião diferente da minha.

27
Jun19

"Percy Jackson e os Ladrões do Olimpo" – Rick Riordan

Helena

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Percy Jackson é um rapaz problemático de doze anos que é sistematicamente expulso dos colégios que frequenta. Certo dia, descobre que, na verdade, é um semideus, filho de um deus grego e de uma mortal, e por isso não é como os outros rapazes. Os semideuses são constantemente perseguidos por monstros, por isso o único sítio seguro para eles é o Campo dos Mestiços, para onde Percy é levado pelo seu amigo Grover, o sátiro encarregado de o proteger. É no Campo que conhece Annabeth, Luke e Quíron, e começa a aprender a viver como um semideus. Mas depara-se-lhe um problema ainda maior: o raio mestre de Zeus foi roubado e Percy é o principal suspeito. Juntamente com Annabeth e Grover, parte numa aventura para recuperar o raio de Zeus até ao Solestício de Inverno, resolvendo o enigma do Oráculo, pois só assim será possível garantir a paz do Olimpo e da Humanidade.

Gostei muito deste livro. Tem uma linguagem muito simples e uma história cativante, a qual é enriquecida pelas referências à mitologia grega. Há passagens que fazem o leitor rir e outras que o põem nervoso, e a vontade de resolver o enigma motiva a ler mais e mais. O livro tem um final surpreendente e deixa-nos curiosos para conhecer a continuação da saga.

http://rickriordan.com/

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