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H-orizontes

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18
Jun20

A educação na formação de um indivíduo

Helena

A educação, no seu sentido mais amplo, é a transferência de hábitos, costumes e valores de uma geração para a seguinte, através de situações presenciadas e experiências vividas por um indivíduo ao longo da sua vida. A instrução é o ato ou efeito de instruir, de transferência de conhecimento e fornecimento de informações ou esclarecimentos.

Na minha opinião, a função de educar e instruir as crianças não pode ser atribuída a uma única entidade, uma vez que a sua formação deve ser feita em diferentes vertentes e ser influenciada por vários pontos de vista. Assim, penso que tanto a educação e a instrução parental como a escolar têm muita importância no desenvolvimento individual das crianças, e devem complementar-se.

A nível familiar, é essencial que as crianças sejam acompanhadas pelos pais durante o crescimento, sendo-lhes incutidos valores fundamentais para o bom desempenho enquanto cidadãos. Mais do que qualquer outra pessoa, os pais são a maior influência para os seus filhos nos seus primeiros anos de vida, e devem, por isso, dar o exemplo e ensiná-los a reconhecer os valores e a comportar-se devidamente. Dizer “por favor” e “obrigado”, mastigar de boca fechada, ter um bom comportamento, ser obediente e respeitoso e cumprir os seus deveres são aprendizagens essenciais de que os progenitores se devem responsabilizar. Por outro lado, faz também parte da competência dos pais o início e o estímulo da instrução. Ler com os filhos, levá-los em viagens, resolver quebra-cabeças, desenvolver a sensibilidade em relação às coisas novas são atividades essenciais para estimular o desenvolvimento cerebral das crianças e para as inserir no mundo que as rodeia. Como o horário e a composição estrutural da escola não permitem a abordagem de alguns os assuntos nem o aprofundamento de outros, os pais devem instigar ao interesse pelos temas atuais e orientar de uma forma tanto estrutural como complementar o percurso dos seus filhos enquanto estudantes e cidadãos conhecedores do que os rodeia.

Quanto à escola, compete-lhe dar aos alunos conhecimentos mais aprofundados sobre matérias específicas, com que possivelmente não entram frequentemente em contacto num contexto extra-aula, introduzindo-os num nível mais específico do conhecimento. Ainda assim, as matérias lecionadas na escola são da maior importância, uma vez que transmitem ao aluno conhecimentos essenciais sobre o que o rodeia, para além de serem o que lhe vai permitir optar por uma dada carreira futura. Embora para muitos tais conhecimentos sejam dispensáveis ou pouco importantes, pois não precisam deles para concretizar os objetivos que visam, para outros são necessários para a realização do seu percurso profissional, e, como não se pode “agradar” a todos, o mais relevante nestes termos é que “o saber não ocupa lugar”, e a informação adquirida ser-lhes-á útil, mais tarde ou mais cedo. É, por isso, função da escola instruir os alunos sobre matérias que desconheciam e aprofundar alguns temas já conhecidos. Contudo, a escola não é responsável por ensinar tudo o que é preciso para viver, não é um “manual da vida” sagrado que preparará as crianças para tudo, porque seria impossível, dentro dos programas, do tempo letivo e dos objetivos pedagógicos, fornecer tal leque de ensinamentos. Por isso, qualquer tema abordado na escola deve ser debatido em casa, e os conhecimentos que não forem adquiridos e são necessários devem ser introduzidos pelos próprios progenitores, que trouxeram as crianças para a vida e, por isso, têm o dever de as acompanhar nela. Em termos de educação, a escola não é responsável por educar os alunos de raiz, de modo que apenas tenta consolidar bons valores que já deviam vir aprendidos de casa. A paciência, a persistência, a colaboração e a organização são trabalhadas e aplicadas, mas não cabe aos professores ensinar uma criança a não dizer palavrões ou a prestar atenção quando lhe falam. O corpo docente deve estimular a formação do aluno, ajudá-lo no que precisar e dar-lhe novos conhecimentos que lhe permitirão enriquecer e desenvolver a sua própria perspetiva para com a vida.

Assim, podemos concluir que a educação e a instrução constituem dois ramos cruciais da formação de um indivíduo, que devem ser levadas a cabo por várias entidades que colaborem e se complementem. É, por isso, necessário que os pais tenham consciência da sua influência na maneira de ser dos seus filhos e do seu papel na criação de bons hábitos de conduta e aprendizagem deles, ensinando-lhes valores corretos e instigando-os à procura de conhecimento. Por seu lado, a escola deve procurar respeitar o caráter individual de cada aluno, estimular a criatividade e espírito crítico, consolidar as boas práticas de cidadania e permitir a aquisição de conhecimentos num leque variado de áreas. Para isso, seria preciso ter especial atenção em relação ao tempo disponibilizado aos pais para estarem com os filhos, assim como à composição dos programas e organização dos horários escolares, para que cada aluno pudesse tomar decisões relativas ao seu percurso educativo e adquirir competências mais vastas para o que o espera depois de completar o ensino obrigatório.

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