“Um desejo não muda nada. Uma decisão muda tudo!” - A rede concetual da ação
“Um desejo não muda nada. Uma decisão muda tudo!”
Esta afirmação insere-se convenientemente na rede conceptual da ação, uma vez que retrata claramente duas das suas etapas: o projeto (desejo) e a decisão.
A primeira, como referido, “não muda nada”, ou seja, o projeto da ação trata-se apenas daquilo que se pretende ser ou fazer quando agimos. A idealização da ação antecede a sua deliberação e a tomada de uma atitude e, sendo assim, o seu impacto é nulo quando essas etapas não a sucedem.
Depois de se formular um desejo, segue-se a fase da deliberação, um processo reflexivo através do qual se ponderam as razões que suportam o nosso projeto. Após a análise dos prós e contras que derivam da nossa ação, com recurso à reflexão e à racionalidade, chega-se ao momento da decisão, na qual determinamos agir ou não, em função dos motivos apresentados e do alcance e capacidade de realização da ação pelo agente. Partimos, assim, da nossa liberdade para decidirmos o que fazer, conscientes de que a nossa tomada de atitude trará consequências com que teremos de lidar. Por isso, afirmamos que “uma decisão muda tudo”, pois, a partir do momento em que passamos do domínio da deliberação para o domínio do agir, as consequências disso são incontroláveis e a mudança em nós ou no que nos rodeia é imediata e irremediável. Com a passagem da intenção ao ato, na execução, assumimos a responsabilidade por ele e por nós próprios, com consciência das consequências da ação para quem a pratica e para quem está direta ou indiretamente envolvido nela.
Concluindo, a afirmação “Um desejo não muda nada. Uma decisão muda tudo!” insere-se na rede conceptual da ação, sintetizando o facto de o desejo constituir apenas uma idealização da ação, enquanto que a tomada de decisão dita os efeitos que ela terá ao ser praticada.