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H-orizontes

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12
Set20

"Longa Pétala de Mar" – Isabel Allende

Helena

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Numa Espanha mergulhada nas trevas da Guerra Civil, Víctor Dalmau, paramédico, Roser Bruguera, viúva do seu irmão Guillem, e Carme, sua mãe, contam-se entre os milhares de refugiados que, na Retirada de janeiro de 1939, se viram obrigados a fugir da Barcelona invadida pelos franquistas. Apesar da frieza e do repúdio dos franceses face às vagas de republicanos desesperados e dos tempos duros nos campos de refugiados da fronteira, a força e perseverança de Víctor e Roser permitem-lhes sobreviver à travessia e embarcar no Winnipeg, um navio chileno da responsabilidade de Pablo Neruda que transportaria refugiados espanhóis para o Chile, essa “longa pétala de mar”. Do outro lado do mundo, iniciam uma nova vida, que se revelará repleta de alegrias, paixões e novas oportunidades, mas que será também marcada pelo medo, pela insegurança, por desilusões e pelo fantasma doloroso das memórias da Guerra Civil espanhola. 

Através das suas páginas, Longa Pétala de Mar leva-nos numa jornada pela História do século XX, desde as trincheiras republicanas espanholas e a miséria do povo em tempo de guerra, à emergência de um regime de esquerda no Chile e ao posterior golpe de Pinochet.

Quando comecei a lê-lo, este livro agarrou-se a mim “com unhas e dentes”. Isto deveu-se tanto ao facto de retratar uma época que me interessa particularmente (a Guerra Civil espanhola) como à escrita simples e cativante de Isabel Allende, cuja literatura para adultos nunca tinha experimentado. Com o avançar da narrativa, o meu entusiasmo foi esmorecendo, em proporção com a intensidade do relato e com a dimensão emotiva das peripécias. Com a mudança para o Chile, o contexto em que a família se insere altera-se, assim como as suas preocupações e ocupações, numa rotina reformulada que pode tornar-se um pouco aborrecida.

Apesar de os últimos capítulos conferirem uma última reviravolta à ação e uma explicação em relação ao destino de algumas personagens (este é daqueles livros que quase não deixa pontas soltas), penso que poderiam ser dispensados. Pontilhados de situações forçadas e reflexões, não me parece a melhor maneira de encerrar este romance.

Conjugando a crueldade da guerra, o sacrifício pela sobrevivência, o poder do amor, a luta pela paz e a imprevisibilidade do destino, Allende constrói um livro imersivo, cuja história engloba a vida inteira das suas personagens principais, sem deixar de incluir no elenco de secundárias figuras icónicas como Salvador Allende e Pablo Neruda.

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