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H-orizontes

H-orizontes

31
Mai20

Unemployment and Young People

Helena

Youth unemployment has been an escalating problem in the UK since 2005.

Most recent rises are directly attributable to economic issues. Unemployment while young is linked to long-term reductions in wages, increased chances of subsequent periods of unemployment, and poorer health outcomes.

So, what are the facts? Internationally speaking, young people are approximately three times more likely to be unemployed than adults. Greece had the highest rate of youth unemployment in the EU in July-September 2019 at 34.2%. Czech Republic had the lowest youth unemployment rate at 5.0%.  In UK, the percentage of the unemployed youth labour force in 2019 was 12%.

141,000 unemployed young people in UK were in full-time education (29% of all unemployed young people) in October-December 2019. The unemployment rate for 16 to 24-year-olds in full-time education was 14.1%. For those not in full-time education, the unemployment rate was 10.4%.

Meanwhile, in Portugal, the youth unemployment rate was 18%. In 2019, 68 thousand people under 25 years old were looking for a job. On the other hand, 27.1% of young people between 15 and 24 years old were employed in 2018.

Some of the causes of youth unemployment, besides the economic recession, are the lack of jobs, the gaps between education and employment, the lack of young people’s skills or qualifications needed for work, the rise in the retirement age, the employment legislation, the recruitment methods and the lack of quality of the vocational pathways.

Youth employment will bring unpleasant consequences, for sure. Experiencing unemployment in youth can lead to emotional and psychological problems, lower self‐esteem, and can also reduce a person’s lifelong earning and career potential. The financial costs of supporting unemployment are huge: the cost of youth unemployment over the next decade has been estimated at £28 billion. Welfare and medical support can cost billions. It will affect businesses and the prosperity of the UK, once if employers recruit workers with little or no work experience, the next generation of leaders and innovators won’t be ready to compete in the ever-changing world economy.

Although this problem seems too hard to solve, youth unemployment can still be fixed. And how?, you may ask. Well, increasing the employer support, creating a welfare system that helps young people to find employment or training opportunities, improving the quality and relevance of vocational routes and qualifications and reducing employment legislation that creates a barrier for employers to work with young people are some measures that can be taken in order to fight youth unemployment.

30
Mai20

"Sermão de Santo António" - Padre António Vieira

Helena

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O Sermão de Santo António, de Padre António Vieira, representa alegoricamente os vícios e pecados dos Homens.

Padre António Vieira dá início ao sermão apresentando o conceito predicável: “Vós sois o sal da terra”. Será a partir dele que se edificará o sermão, dividido em louvores aos peixes em geral e em particular, e repreensões em geral e em particular. Através dos louvores, o pregador exalta as virtudes dos peixes (obediência e atenção), opondo-as às características reprováveis e animalescas dos homens (brutalidade e irracionalidade). Com as repreensões, Vieira aponta nos peixes, alegórica e metaforicamente, os pecados dos Homens (arrogância, vaidade, ambição, orgulho, parasitismo, oportunismo e hipocrisia). O pregador remata o sermão com um apelo aos ouvintes para que respeitem, venerem e louvem a Deus.

As críticas presentes no Sermão de Santo António, escrito no século XVII, são incrivelmente atuais. Também nos nossos dias encontramos exemplos de “roncadores”, “voadores”, “pegadores” e “polvos”, nesta sociedade que “não se deixa salgar”. O discurso de Padre António Vieira é muito persuasivo, claro e suscita à reflexão, através das suas interpelações do auditório e das interrogações retóricas. A alegoria presente em todo o Sermão está extremamente bem conseguida, a relação que o pregador estabelece entre os peixes e os homens é perfeita e os objetivos de “docere”, “movere” e “delectare” são atingidos por inteiro.

O Sermão é, sem dúvida, uma obra que devia ser estudada por todos para uma melhor compreensão da sociedade em que vivemos e para a adoção de uma posição crítica em relação ao comportamento humano.

16
Mai20

"Tempo de Fogo" - Amadeu Ferreira

Helena

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Assim como todos os caminhos vão dar a Roma, também o enredo deste livro tem vários pontos de partida: os primeiros capítulos apresentam-nos as personagens cujas histórias acabarão por se cruzar com o avançar da narrativa. Assim, através de planos paralelos, ficamos a conhecer Frei António da Santíssima Trindade, António Gonçalves (mais conhecido por António Tolês, uma vez que a sua avó judia tinha sido queimada em Toledo), Henrique Peres, o seu cunhado Manuel Miguel (marido de Baltasara, cuja filha endoidecera após a atroz morte do marido), Ludovina, Diego de Leão e José Peres (pai de Henrique Peres).

Frei António caminha em direção a Miranda do Douro, onde se reunirá com o bispo, e, durante o seu percurso, reflete em relação ao presente e ao seu passado. António Tolês dirige-se à feira do Naso, a fim de vender renovos. Henrique Peres e Manuel Miguel fazem parte do grupo de dezoito sapateiros que caminham para a feira de Mogadouro. Mais tarde, Henrique partirá para Fermoselhe com o objetivo de se reunir com a mulher e a filha, e Manuel dirigir-se-á a Vilarinho dos Galegos, onde se reunirá com o seu compadre. Inteiramo-nos do suicídio de Ludovina, uma das paixões do passado de Frei António, que se lançou da muralha depois de descobrir que estava grávida de um sendinês, e da morte de José Peres, após a partida do seu filho para Espanha.

Neste ponto, parece-nos improvável que todas estas personagens vão acabar por se juntar na teia do destino. Mas a verdade é que, de uma maneira ou de outra, todas elas fizeram parte da vida umas das outras, o que vamos descobrindo à medida que avançamos no romance, através de analepses, ou virão a fazê-lo, nas nefastas circunstâncias da travessia de uma leva da Inquisição. Não é por acaso que o título do romance em português é “Tempo de Fogo”, pois é sob a permanente ameaça das fogueiras da Inquisição do século XVII que as personagens deste livro levam a sua vida nas Terras de Miranda.

“Ainda bem que já não ardem as fogueiras. Ou será que continuam à espera de quem as volte a acender?”

Apesar de todas as críticas positivas que me tinham sido transmitidas em relação a este livro, demorei a ficar interessada por ele. Não estava à espera de uma escrita deste género, a e inserção de reflexões pelo meio dos relatos da narração deixou-me algo aborrecida.

Ainda assim, o interesse começou a crescer a partir da altura em que me apercebi de que todas as personagens (tantas e com tantas relações entre elas, que é fácil perder o fio da meada se não se tomar notas) estavam relacionadas umas com as outras.

O facto de a ação se desenrolar nas Terras de Miranda fez com que o cenário me fosse familiar e me sentisse como que “em casa” enquanto lia.

Tratando-se de um romance histórico, mostra-nos um pouco da realidade da época, em especial os rituais da Inquisição, cujos relatos impressionam e perturbam o leitor. Essas passagens em que se retrata a realidade das perseguições e o apêndice final (a reflexão de Frei António em relação ao poder das palavras) foram as minhas partes preferidas.

Por ter sido editado tanto em português como em mirandês, com o título “La Bouba de la Tenerie”, este romance é ainda mais especial.

“muito dificilmente escolhemos um caminho que outros não tenham já escolhido”

“A maldade não está nas coisas, mas em quem olha para elas.”

09
Mai20

"O Crime do Padre Amaro" - Eça de Queiroz

Helena

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Amaro Vieira, um jovem clérigo recentemente saído do seminário, assume o cargo de pároco em Leiria. Criado pela marquesa de Alegros, e por sua vontade introduzido na vida religiosa, Amaro é acompanhado desde cedo por uma vocação frágil e por emoções fortes e irreprimíveis.

Quando consegue uma posição na paróquia de Leiria, após uma temporada na austera Gralheira, o padre fica alojado em casa da S. Joaneira, por recomendação do cónego Dias. Amaro é muito bem recebido e rapidamente se habitua à sua nova rotina, assim como se inteira da vida social de Leiria, maioritariamente graças às reuniões noturnas em casa da S. Joaneira.

Tudo teria corrido bem, não tivesse a dona da casa uma filha, a Ameliazinha, uma bela rapariga na flor da idade que capta a atenção de Amaro e conquista o seu coração. Apesar de se encontrar comprometida com João Eduardo, também em Amélia desabrocha uma forte afeição pelo pároco. Quando o noivo de Ameliazinha publica um comunicado repleto de críticas mordazes ao clero e ataca o padre Amaro, o seu noivado é desfeito e ele vê-se obrigado a abandonar a cidade. Apesar dos seus deveres enquanto clérigo, Amaro não resiste à paixão por Amélia e engendra um estratagema que lhe permitirá encontrar-se com ela sem o conhecimento da população leiriense. Mas conseguirá o pároco manter-se livre de ser castigado pelos seus pecados?

Apesar de encerrar uma forte crítica às mentalidades da época, à corrupção e ao pecado no seio da Igreja e à hipocrisia na política e nas relações públicas, esta obra baseia-se simplesmente num amor proibido entre um pároco e uma rapariga do povo, marcado pelas contrariedades que lhes são impostas pelos dogmas religiosos e pela sociedade. Achei o enredo e respetivo desfecho bastante previsíveis e a crueza dos relatos de Eça contribuiu para que não achasse esta história particularmente cativante.

No entanto, admiro a capacidade do autor de transferir para as páginas a essência da sociedade do seu tempo e de retratar, com muita ironia, os seus muitos aspetos reprováveis. Enquanto que, n’ Os Maias, o foco da crítica é a classe burguesa e aristocrata, este romance ataca os meandros do clero, a fraqueza intelectual dos estratos populares e a sua falta de espírito crítico.

Somos, mais uma vez, confrontados com o papel fulcral da educação na formação do caráter de um indivíduo, tanto na figura de Amaro, que cresceu rodeado de mulheres, como na de Amélia, habituada desde cedo à presença de membros do clero na sua residência.

Em resumo, apesar de não me ter fascinado, gostei deste livro, uma obra ótima para aprofundar o conhecimento acerca da sociedade oitocentista (o que é uma mais-valia para os estudantes de História do 11º ano) e espicaçar o espírito crítico do leitor.

"Somos todos passageiros forçados da barca de Caronte."

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