"Felizmente há luar!" – Luís de Sttau Monteiro
A ação deste livro desenrola-se em Lisboa, durante o período que antecedeu o fracasso da conspiração de Gomes Freire de Andrade contra o domínio inglês em Portugal (1817).
As personagens dividem-se entre admiradores do general Gomes Freire e apoiantes do regime (alguns deles populares, a quem traria benefícios simular o apoio ao regime). Estes últimos tentam perceber quem são os responsáveis pela conspiração acerca da qual circulam rumores.
Deparamo-nos com a hipocrisia de alguns populares, com a indiferença de Beresford face aos portugueses, com a indignação da mulher de Gomes Freire, com o descontentamento generalizado em relação ao regime vigente e com a tristeza do povo pela a morte do general e pelo fracasso da conspiração. “É verdade que a execução se prolongará pela noite, mas felizmente há luar…”
Este texto despoletou-me, inicialmente, muito interesse, pois está intimamente ligado a um período histórico que tinha estudado há pouco tempo: a revolução liberal portuguesa e os seus antecedentes. Assim, foi com entusiasmo que vi retratados no livro o domínio inglês sobre Portugal após a expulsão das tropas francesas, a miséria de povo, a permanência da sociedade de ordens, a necessidade da expansão da rede de ensino, o caráter repressivo da governação inglesa e, claro, a conspiração de Gomes Freire de Andrade de 1817.
Quanto à narrativa em si, não a achei muito interessante: é linear, simples, não é surpreendente… Para além disso, é um texto dramático, género cuja leitura não costuma entusiasmar-me.
Recomendo, contudo, a sua leitura a estudantes de História do 11º ano.
“Os degraus da vida são logo esquecidos por quem sobe a escada…”